Nos últimos dois meses uma mania nacional tomou conta do Brasil. Assistir Tropa de Elite era/é a sensação do momento.
Relato da história de dois policiais “honestos’ (Caio Junqueira e André Ramiro) que disputam pacificamente a vaga de capitão do BOPE (Batalhão de Operações Policiais Especiais) que será aberta devido a saída do Capitão nascimento (Wagner Moura).
No filme, o autor José Padilha, mesmo de Ônibus 174, reproduz o discurso de que para ser integrante do BOPE é obrigatório der honesto, e que os métodos considerados abusivos e absurdos por muitos, são, na verdade, uma forma de combater o tráfico de armas etc. Ou seja, é como se os fins justificassem os meios como já defendia Nicolau Maquiavel.
Mas um fator específico me chamou a atenção: boa parte da população brasileira, principalmente os militares, a classe média-alta concordam com essa justificativa, ou seja, para essas pessoas não importa se o policial entra na favela batendo nas pessoas, quebrando tudo, acreditando eles, serem imponentes, mas que consegue banir (matar, ferir/torturar, ou prender) os moradores da favela, como marginais mais do que já são, e fizesse a grande mídia divulgar que o papel do BOPE foi realizado com sucesso realmente faria valer a pena essa violência.
Quando me refiro a marginais não quero dizer bandidos ou qualquer denominação conotativa que se venha a ter, mas me refiro aos moradores das favelas de todo o Brasil que nada mais são do que pessoas à margem da sociedade, e, portanto, marginalizados.
De fato Tropa de Elite conseguiu seduzir a massa mesmo antes de ser lançado no cinema, com as cópias ‘piratas’ reproduzidas e distribuídas pelo Brasil a fora.
Precisamos refletir mais diante de obras cinematográficas como essas que têm o objetivo de nos dizer algo e nós sem nenhuma reflexão tomamos essa obra como referência.